segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Feliz 2008!

O Ano-Novo é um evento que acontece quando uma cultura celebra o fim de um ano e o começo do próximo. Todas culturas que têm calendários anuais celebram o "Ano-Novo". A celebração do evento é também chamada réveillon, termo oriundo do verbo réveiller, que em francês significa "despertar". (wikipédia)

Então, que esse seja o ano do despertar, despertar para o amor, para a felicidade, para o sucesso, para a amizade e principalmente para a humanidade, que está faltando em muita gente nesse mundo.

Para você, em outras línguas...
Alemão: Glückliches Neues Jahr
Dinamarquês: Nytar
Espanhol: Feliz Año Nuevo
Esperanto: Feliĉigan Novan Jaron
Francês: Heureuse Nouvelle Année
Galego: Feliz Aninovo
Hebraico: Shaná Tová
Inglês: Happy New Year
Italiano: Buon Anno - Felice Anno Nuovo
Russo: Счастливого Нового Года {Schastlivovo Novovo Goda}
Búlgaro: Честита Нова Година /Chestita Nova Godina/
Sueco: Gott nytt år
Catalao: Bon any nou!!
... FELIZ ANO NOVO!

Condição Feminina

Portinari - Mulher Chorando

O texto abaixo é da Rita Lee, eu li em um evento que participei no mês de novembro sobre a Lei Maria da Penha. Vale a pena ler.

"Eu tinha 13 anos, em Fortaleza, quando ouvi gritos de pavor. Vinha da vizinhança, da casa de Bete, mocinha linda, que usava tranças. Levei apenas uma hora para saber o motivo. Bete fora acusada de não ser mais virgem e os irmãos a subjugavam em cima de sua estreita cama de solteira, para que o médico da família lhe enfiasse a mão enluvada entre as pernas e decretasse se tinha ou não o selo da honra.

Como o lacre continuava lá, os pais respiraram, mas a Bete nunca mais foi à janela, nunca mais dançou nos bailes e acabou fugindo para o Piauí, ninguém sabe como, nem com quem.

Eu tinha apenas 14 anos, quando Maria Lúcia tentou escapar, saltando o muro alto do quintal da sua casa para se encontrar com o namorado. Agarrada pelos cabelos e dominada, não conseguiu passar no exame ginecológico. O laudo médico registrou vestígios himenais dilacerados, e os pais internaram a pecadora no reformatório Bom Pastor, para se esquecer do mundo. Realmente esqueceu, morrendo tuberculosa.

Estes episódios marcaram para sempre e a minha consciência e me fizeram perguntar que poder é esse que a família e os homens têm sobre o corpo das mulheres? Ontem, para mutilar, amordaçar, silenciar. Hoje, para manipular, moldar, escravizar aos estereótipos.

Todos vimos, na televisão, modelos torturados por seguidas cirurgias plásticas. Transformaram seus seios em alegorias para entrar na moda da peitaria robusta das norte americanas. Entupiram as nádegas de silicone para se tornarem rebolativas e sensuais, garantindo sucesso nas passarelas do samba. Substituíram os narizes, desviaram costas, mudaram o traçado do dorso para se adaptarem à moda do momento e ficarem irresistíveis diante dos homens.

E, com isso, Barbies de facaria, provocaram em muitas outras mulheres; as baixinhas, as gordas, as de óculos; um sentimento de perda de auto-estima. Isso exatamente no momento em que a maioria de estudantes universitários (56%) é composta de moças.

Em que mulheres se afirmam na magistratura, na pesquisa científica, na política, no jornalismo. E, no momento em que as pioneiras do feminismo passam a defender a teoria de que é preciso feminilizar o mundo e torná-lo mais distante da barbárie mercantilista e mais próximo do humanismo. Por mim, acho que só as mulheres podem desarmar a sociedade. Até porque elas são desarmadas pela própria natureza.

Nascem sem pênis, sem o poder fálico da penetração e do estupro, tão bem representado por pistolas, revólveres, flechas, espadas e punhais. Ninguém diz, de uma mulher, que ela é de espada. Ninguém lhe dá, na primeira infância, um fuzil de plástico, como fazem com os meninos, para fortalecer sua virilidade e violência.

As mulheres detestam o sangue, até mesmo porque têm que derramá-lo na menstruação ou no parto. Odeiam as guerras, os exércitos regulares ou as gangues urbanas, porque lhes tiram os filhos de sua convivência e os colocam na marginalidade, na insegurança e na violência. É preciso voltar os olhos para a população feminina como a grande articuladora da paz. E para começar, queremos pregar o respeito ao corpo da mulher.

Respeito às suas pernas que têm varizes porque carregam latas d'água e trouxas de roupa. Respeito aos seus seios que perderam a firmeza porque amamentaram seus filhos ao longo dos anos. Respeito ao seu dorso que engrossou, porque elas carregam o país nas costas.

São as mulheres que irão impor um adeus às armas, quando forem ouvidas e valorizadas e puderem fazer prevalecer à ternura de suas mentes e a doçura de seus corações".

Parabéns Mãe



Achei esse desenho bonitinho, na verdade é em homenagem ao dia das mães, mas como ontem foi o dia da minha mãe resolvi postar aqui em homenagem a ela.

Mami, parabéns pelo aniversário, amo você!

domingo, 30 de dezembro de 2007

um anjo...



Esses dias encontrei minha coleção de anjos que por falta de espaço estava escondida no armário e por falta de espaço assim vai continuar... Adoro anjos, até esse da foto.

Pescador de Ilusões


Se meus joelhos
Não doessem mais
Diante de um bom motivo
Que me traga fé
Que me traga fé...

Se por alguns
Segundos eu observar
E só observar
A isca e o anzol
A isca e o anzol...

Ainda assim estarei
Pronto pra comemorar
Se eu me tornar
Menos faminto
E curioso
Curioso...

O mar escuro
Trará o medo
Lado a lado
Com os corais
Mais coloridos...

Valeu a pena
Êh! Êh!
Valeu a pena
Êh! Êh!
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões...

Se eu ousar catar
Na superfície
De qualquer manhã
As palavras
De um livro
Sem final! Sem final!
Sem final! Sem final!
Final...

Valeu a pena
Êh! Êh!
Valeu a pena
Êh! Êh!
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões...

Composição: O Rappa

O amor está em tudo...

O amor acaba


de Paulo Mendes Campos

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova York; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

E então é Natal e o que você fez?


Feliz Natal (A Guerra Acabou)

Feliz Natal Kyoko
Feliz Natal Julian

Então é natal
E o que você tem feito?
Um outro ano se foi
E um novo apenas começa
E então é natal
Espero que tenhas alegria
O proximo e querido
O velho e o Joven

Um alegre Natal
E um feliz ano novo
Vamos esperar que seja um bom ano
Sem sofrimento

E então é natal
Para o fraco e para o forte
Para o rico e para o pobre
O mundo é tão errado
E então feliz natal
Para o negro e para o branco
Para o amarelo e para o vermelho
Vamos parar com todas as lutas

Um alegra Natal
E um feliz ano Novo
Vamos esperar que seja um bom ano
Sem sofrimento

E então é Natal
E o que você fez?
Um outro ano se foi
E um novo apenas começa
E então feliz Natal
Esperamos que tenhas alegria
O proximo e querido
E velho e o Jovem

Um alegre Natal
E um feliz ano novo
Vamos esperar que seja um bom ano
Sem sofrimento
A guerra acabou , se você quiser
A guerra acabou agora

Feliz Natal.

(John Lennon)

Feliz Natal


Cada ano que passa...
Cada pequeno instante do Natal,
E cada pensamento que temos,
Sobre a importância dessa época,
Ficam marcados em nossos corações.
Os amigos, a família, as pessoas,
Que realmente importam para nós,
São o verdadeiro sentido da felicidade,
E da emoção que sentimos,
Ao comemorar uma data tão importante!

É tempo de acreditar no Amor!

Boas Festas! Feliz Ano Novo!

Poema de Natal

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

Vinicius de Moraes

sábado, 22 de dezembro de 2007

Frase do Dia


"Cuidado com as palavras pronunciadas em discussões e brigas, que revelem sentimentos e pensamentos que na realidade você não sente e não pensa... Pois minutos depois, quando a raiva passar, você delas não se lembrará mais... Porém, aquele a quem tais palavras foram dirigidas, jamais as esquecerá..."

Charlie Chaplin

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Spathodea


A Flor da Spathodea

...

Nando Reis fez uma música para seu filho Sebastião, chamada O Mundo é Bão Sebastião. Então, a Zoé, sua quarta filha, queria por que queria O Mundo é Bão Zoé. Aí Nando fez Espatódea, dedicada à filha. Espatódea é uma árvore que dá flores vermelhas/amarelas. E contentou a sua pequena ruivinha.
A música é linda.

Espatódea - Nando Reis
Minha cor
Minha flor
Minha cara

Quarta estrela
Letras, três
Uma estrada

Não sei se o mundo é bão
Mas ele ficou melhor
quando você chegou
E perguntou:
Tem lugar pra mim?

Espatódea
Gineceu
Cor de pólen

Sol do dia
Nuvem branca
Sem sardas

Não sei quanto o mundo é bão
Mas ele está melhor
desde que você chegou
E explicou
O mundo pra mim

Não sei se esse mundo está são
Mas pro mundo que eu vim já não era
Meu mundo não teria razão
Se não fosse a Zoé

Espatódea
Gineceu
Cor de pólen

Sol do dia
Nuvem branca
Sem sardas

Não sei quanto o mundo é bão
Mas ele está melhor
desde que você chegou
E explicou
O mundo pra mim

Não sei se esse mundo está são
Mas pro mundo que eu vim já não era
Meu mundo não teria razão
Se não fosse a Zoé ...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

te amo


Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio ou flecha de cravos que propagam o fogo: te amo como se amam certas coisas obscuras, secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta
que não floresce e leva dentro de si, oculta, a luz daquelas flores, e graças a teu amor vive escuro em meu corpo o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como,
nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
senão assim deste modo em que não sou nem és,
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha,
tão perto que se fecham seus olhos com meu sonho.

(Pablo Neruda)

As Chuvas dos Olhos

Meu pai colocou essa poesia no comentário do post "A gota" e achei tão lindo...de novo para você pai.

“Chove.

Na fonte das águas, chove.

Na fronte das lágrimas do pretérito calado.

Lavando a chuva dos olhos cansados.

Chovendo nos mares, nos mares amados.”

sábado, 1 de dezembro de 2007

Caminhando contra o vento...



Alegria, Alegria é uma canção da autoria de Caetano Veloso que foi um dos marcos iniciais do movimento tropicalista em 1967.

Caetano Veloso, em parte inspirado pelo sucesso de A Banda, de Chico Buarque, que havia concorrido no Festival de música da Record do ano anterior, quis compor uma marcha assim como a canção de Chico. Ao mesmo tempo, queria que fosse uma música contemporânea, pop, lidando com elementos da cultura de massa da época.

A letra possui uma estrutura cinematográfica, conforme definiu Décio Pignatari, trata-se de uma "letra-câmera-na-mão", citando o mote do Cinema Novo. Caetano ainda incluíu uma pequena citação do livro As Palavras, de Jean-Paul Sartre: "nada nos bolsos e nada nas mãos", que acabou virando "nada no bolso ou nas mãos".

Como a idéia do arranjo incluía guitarras elétricas, Caetano e seu empresário na época, Guilherme Araújo convidaram o grupo argentino radicado em São Paulo Beat Boys. O arranjo foi fortemente influenciado pelo trabalho dos Beatles.

Apresentada pela primeira vez no Festival da Record daquele ano, a canção chocou os chamados "tradicionalistas" da música popular brasileira devido a simples presença de guitarras. No ambiente político-cultural da época, setores de esquerda classificavam a influência do Rock como alienação cultural, o que também foi sentido por Gilberto Gil quando apresentou Domingo no Parque no mesmo festival.

Apesar da rejeição inicial, a música acabou conquistando a maior parte da platéia. Acabou se tornando uma das favoritas, com as manifestações favoráveis superando as facções mais xenófobas. A música acabou chegando em quarto lugar na premiação final.

Com o improvável sucesso de Alegria, Alegria, Caetano se tornou de imediato um popstar, febre que só passou após alguns meses, embora a música tenha lançado Caetano para a fama, e sua carreira posterior só confirmado sua popularidade.

Além de servir como espécie de marco zero do Tropicalismo junto com Domingo no Parque, Alegria, Alegria se tornou uma espécie de hino adotado não apenas pela geração do final dos anos 60, mas também pelas gerações seguintes.

Em 1992, a música foi tema de abertura da minissérie Anos Rebeldes, da Rede Globo, que retratava a época do auge da Ditadura Militar no Brasil. Ao mesmo tempo, estouravam os escândalos de corrupção que levaram ao impeachment de Fernando Collor. Tanto a minissérie quanto Alegria, Alegria acabaram, de certa forma, influenciando os protestos dos Caras Pintadas que marcaram o momento histórico.

Fonte: Wikipédia

Alegria, Alegria


Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou...

O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou...

Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot...

O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou...

Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não...

Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento,
Eu vou...

Eu tomo uma coca-cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou...

Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil...

Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou...

Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou...

Por que não, por que não...
Por que não, por que não...
Por que não, por que não...
Por que não, por que não...

Caetano e sua poesia

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Frase do Dia



"É necessário muito pouco para provocar um sorriso, e basta um sorriso para que tudo se torne possível."

Para meu pai.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Roda Viva


Cena do filme Cabra Cega

Meu pai colocou em um comentário a letra de Roda Viva, do Chico Buarque, e eu lembrei do filme Cabra Cega, que tem essa música na trilha sonora. O filme é muito bom, eu recomendo. Mas a verdade é que se não fosse a música, não seria tão bom.

A música:

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...

A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...

A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...

No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas rodas do meu coração...

Chico Buarque (1968)

O autor: Chico Buarque

Francisco Buarque de Hollanda nasce em 19 de junho de 1944, na cidade do Rio de Janeiro. Quando está com dois anos, sua família se transfere para São Paulo. Tanto seu pai, o historiador Sérgio Buarque de Hollanda, como sua mãe, Maria Amélia, gostavam de tocar piano e cantar com os amigos, entre eles Vinícius de Morais. Estuda violão com sua irmã Miúcha e, influenciado por João Gilberto, começa a fazer suas primeiras composições. Cursa até o terceiro ano da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Seu primeiro compacto é lançado em 1965. Participa de alguns festivais de música popular brasileira e, em 1966, no II FMPB da TV Record, quando "A banda", música de sua autoria, divide o primeiro lugar com "Disparada". Escreve peças, compõe para cinema e teatro e lança vários álbuns, entre os quais: Construção (1971), Sinal Fechado (1974), Almanaque (1981) e Paratodos (1993). Chico publicou Fazenda Modelo (1974), Chapeuzinho amarelo, livro-poema para crianças (1979), A bordo do Rui Barbosa (publicado em 1981) , Estorvo (1991) e, em 1994, Benjamin, ambos pela Companhia das Letras.

Fonte: ww.tvcultura.com.br/aloescola/literatura/poesias/chicobuarquedehollanda_rodaviva.htm

Para meu pai que me ensinou a gostar de boa música.

domingo, 25 de novembro de 2007

"Soneto da Fidelidade"


De tudo, ao meu amor serei atento,
antes e com tal zelo e sempre e tanto
que mesmo em face do maior encanto
dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
e em seu louvor hei de espalhar meu canto
e rir meu riso e derramar meu pranto
ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
quem sabe a morte, angústia de quem vive
quem sabe a solidão fim de quem ama.

Eu possa dizer do amor (que tive)
que não seja imortal, posto que é chama
mas que seja infinito enquanto dure.

(Vinícius de Moraes)

Mar e Cerveja



No livro "Me dá o teu contente que eu te dou o meu"

A gota



Cai
No espaço
Do seu destino
Precipita-se
No intervalo
Do tudo
E o nada
Solta-se
Momento a momento
Na cadência
Do deu movimento
Vai
Do teto
Ao chão
Viajando
Naquele espaço
Fenda no teto
Transporte
No vento
Morre no chão
Na umidade do tempo
Repetindo a trajetória
Do último elemento
Molhando minhas letras
Neste dia cinzento
Gota de cristal
Lágrima de firmamento
Tu poesia
Eu poeta
Unidos num átimo
Do meu pensamento.

Gerson Ferreira da Silva Filho
no site: www.usinadeletras.com.br

Te amo São Paulo


São Paulo, te amo
Te amo, São Paulo
Na tarde tão fria
Busquei teu calor,
teu amor em São Paulo
São Paulo, te amo
Pasión de mi vida
I love you, querida
Je t'aime São Paulo
Io ti amo São Paulo
I love you
Te amo, São Paulo
Te amo
Te adoro, te adoro
São Paulo, São Paulo,
São Paulo
Laiala laia la
Sonhei com você
em São Paulo

Composição: Antonio Carlos Jobim

sábado, 24 de novembro de 2007

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Frase do Dia

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender; e, se podem ser ensinadas a odiar, podem ser ensinadas a amar."

Nelson Mandela

Dia da Consciência Negra

Em 20 de novembro de 1665, mataram Zumbi, o mais importante líder dos quilombos de Palmares, representante da maior e mais importante comunidade de escravos fugidos das Américas, que tinha cerca de 30 mil pessoas. Por isso, hoje está sendo celebrado, no Brasil, o Dia Nacional da Consciência Negra.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

domingo, 11 de novembro de 2007

Frase do dia


"Perdoa a teus inimigos: nada os chateia tanto!"

Oscar Wilde

Inspiração...

O que se leva da vida é a vida que se leva...


Todos esses que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!

De Mário Quintana, no Poeminha do contra

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Copan

Mais fotos do Copan? É, mas quando vi não reisti, tinha que colocar no blog.

Tem mais no: www.flickr.com

Este Post é para: meu pai (que já esteve no Copan), para a Camila (que ainda vai morar lá) e para a Thaís (que é a única leitora do blog... rsrsrs)

À noite

Parte de trás do Copan

Em construção

Vista de dentro de dia

21º Andar

Vista de dentro do Copan

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Centro Cultural São Paulo






Adoro o Centro Cultural São Paulo - CCSP, quando estava na escola sempre que precisávamos iamos lá fazer a pesquisa dos trabalhos (na era antes da internet), mas a gente sempre ficava um tempão olhando os livros e vendo as exposições. Este ano levei minha mãe para conhecer. Foi muito bom estar lá depois de dez anos.
Feliz da cidade que oferece cultura tão acessível aos cidadãos... triste aquela que não oferece isso, São Paulo tem muitos defeitos, mas este não.


Um pouco da história do Centro Cultural...

Concebido inicialmente para abrigar uma extensão da Biblioteca Mário de Andrade, o Centro Cultural São Paulo acabou sofrendo, no decorrer de suas obras, uma série de adaptações para se transformar em um dos primeiros espaços culturais multidisciplinares do país.
Inaugurado em 1982, oferece espetáculos de teatro, dança e música, mostras de artes visuais, projeções de cinema e vídeo, oficinas, debates e cursos, além de manter sob sua guarda expressivos acervos da cidade de São Paulo: a Pinacoteca Municipal, a Discoteca Oneyda Alvarenga, a coleção da Missão de Pesquisas Folclóricas de Mário de Andrade, o Arquivo Multimeios e um conjunto de bibliotecas que ocupa uma área superior a 9 mil m2.
A construção completa do edifício, conforme prevista em seu projeto original, nunca chegou a ser concluída. A despeito disso, o CCSP firmou-se como um pólo de apoio às produções experimentais, um ponto de encontro de artistas, um lugar de convivência que assumiu a feição de extensão da casa das pessoas. Localizado em um ponto estratégico da cidade, atravessado entre a Rua Vergueiro e a Avenida 23 de maio, próximo à Avenida Paulista e junto a duas estações de metrô, a instituição tem um número expressivo de freqüentadores. Sua programação diversificada, oferecida gratuitamente ou a preços populares, atrai faixas distintas da população, fazendo do CCSP um dos espaços culturais mais democráticos da cidade. Em 2003, recebeu 650 mil usuários, uma visitação comparável à dos maiores museus e centros culturais do mundo.
Com quatro pavimentos e uma área de 46500 m2, seu projeto arquitetônico se destaca pela maneira como se integra ao espaço urbano.
O projeto dos arquitetos Luiz Benedito Telles e Eurico Prado Lopes dissolve a construção na topografia do terreno. Sem barreiras, convida, quem passa, a entrar.
Para quebrar a rigidez do concreto e do aço, amplamente utilizados na construção, o projeto arquitetônico previu imensos espaços vazados e envidraçados, que permitem a entrada de luz natural, e ainda manteve, no centro da construção, um jardim de 700m2, onde a vegetação original foi preservada.

Fonte: http://www.centrocultural.sp.gov.br

Voltei!


Dias e dias sem postar no blog graças ao meu cachorrinho Keyth que passou mal, mas já está tudo bem com ele, graças a Deus!
Só quem tem um cachorrinho sabe o amor que eles nos dão. Nós fazemos tudo por eles, mas com certeza eles nos dão muito mais do que nós a eles.
Keyth, Keytho, Tito, Titolino, Titinho, Chico Pança, Titulino Peido Fino... Nosso cachorrinho, obrigada por ser forte e por sua vontade de viver!

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

sábado, 27 de outubro de 2007

Imagem



O Flickr, site de organização de fotos, criou um jeito bacana de marcar a chegada de sua versão nacional: convidou os fotógrafos brasileiros a inscrever as fotos que melhor representam os estados brasileiros. A foto acima selecionado para representar São Paulo.

Aautora da foto, Weber Amendola, falou sobre a foto:
"Eu gosto de ficar andando de bike pela cidade e tirando fotos. Num final de semana de muito calor estava na Paulista procurando o que clicar e quando um carro saiu de um prédio, percebi uma poça de água. Tirei várias fotos dela, mas pra mandar para o concurso acabei escolhendo essa da moça com a garrafa de água. Só mandei essa foto, que achei que era a azarona da sessão de fotos, e fiquei muito feliz por ela ter sido a escolhida."

fonte: http://www.sampaist.com/

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Livros


"Os livros nos dão conselhos que os amigos não se atreveriam a dar-nos." (Samuel Smiles)

"O mundo é um belo livro, mas com pouca utilidade para quem não sabe ler." (Carlo Goldoni)

"Um país se faz com homens e livros." (Monteiro Lobato)

"Meu primeiro livro foi o mapa do Brasil." (Heitor Villa-Lobos)

"Não há livros morais nem imorais. O que há são livros bem escritos ou mal escritos." (Oscar Wilde)

"O livro é uma extensão da memória e da imaginação." (Jorge Luis Borges)

"Livros são os mais silenciosos e constantes amigos; os mais acessíveis e sábios conselheiros; e os mais pacientes professores." (Charles W. Elliot)

"É claro que meus filhos terão computadores, mas antes terão livros."
(Bill Gates)

"De três coisas precisa o homem para ser feliz: benção divina, livros e amigo." (Henri Lacordaire)

"É bom ter livros de citações. Gravadas na memória, elas inspiram-nos bons pensamentos." (Winston Churchill)

"Livros e solidão: eis o meu elemento." (Benjamin Franklin)

"Nunca levei a sério os meus livros, mas levo muito a sério as minhas opiniões." (Gilbert Keith Chesterton)

"Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar."
(Monteiro Lobato)

"Os livros são os túmulos dos que não podem morrer." (George Crabbe)

"A verdadeira universidade de hoje é uma coletânea de livros." (Thomas Carlyle)

"A leitura de um bom livro é um diálogo incessante: o livro fala e a alma responde." (André Maurois)

"O maior defeito dos livros novos é impedir a leitura dos antigos."
(Joseph Joubert)

"Muitas vezes, um livro forma ou arruína um homem por toda a vida."
(Johann Gottfried von Herder)

"Há livros que lemos com a impressão de estar dando uma esmola ao autor." (Friedrich Hebbel)

"Lê em primeiro lugar os bons livros, ou muito provavelmente não terás a oportunidade de os ler." (Henry David Thoreau)

Quais são os seus nomes de Deus?


Vermeer - Mulher lendo uma carta


"De vez em quando perguntam-me se acredito em Deus. Mas é claro. Acredito mais que a maioria das pessoas. Tenho até trinta e três nomes para ele. Esses nomes foi a Margueritte Yourcenar que me contou. Ela foi uma escritora maravilhosa, autora do livro Memórias de Adriano, quem lê nunca mais esquece, quer ler de novo. Pois esses são os trinta e três nomes de Deus que ela me ensinou. É só falar o nome, ver na imaginação o que o nome diz, para que a alma se encha de uma alegria que só pode ser um pedaço de Deus... Mas é preciso ler bem devagarinho...
1. Mar da manhã
2. Barulho da fonte nos rochedos sobre as paredes de pedra
3. Vento do mar de noite, numa ilha
4. Abelha
5. Vôo triangular dos cisnes
6. Cordeirinho recém-nascido
7. Mugido doce da vaca, mugido selvagem do touro
8. Mugido paciente do boi
9. Fogo vermelho no fogão
10. Capim
11. Perfume do capim
12. Passarinho no céu
13. Terra boa
14. Garça que esperou toda a noite, meio gelada, e que vai matar sua fome no nascer do sol
15. Peixinho que agoniza no papo da garça
16. Mão que entra em contato com as coisas
17. A pele, toda a superfície do corpo
18. O olhar e tudo o que ele olha
19. As nove portas da percepção
20. O torso humano
21. O som de uma viola e de uma flauta indígena
22. Um gole de uma bebida fria ou quente
23. Pão
24. As flores que saem da terra na primavera
25. Sono na cama
26. Um cego que canta e uma criança enferma
27. Cavalo correndo livre
28. A cadela e os cãezinhos
29. Sol nascente sobre um lago gelado
30. O relâmpago silencioso
31. O trovão que estronda
32. O silêncio entre dois amigos
33. A voz que vem do leste, entra pela orelha direita e ensina uma canção

Agradeço ao Carlos Brandão por haver me apresentado os trinta e três nomes de Deus da Margueritte. Não é preciso que sejam os seus. Faça a sua própria lista. Eu incluiria:

Ouvir a sonata Apassionata de Beethoven.
Sapos coaxando no charco.
O canto do sabiá.
Banho de cachoeira.
A tela “Mulher lendo uma carta”, de Vermeer.
O sorriso de uma criança. O sorriso de um velho.
Balançar num balanço tocando com o pé as folhas da árvore...
Morder uma jabuticaba...
Todas essas coisas são os pedaços de Deus que conheço... Sim, acredito muito em Deus".

Rubem Alves

Vai lá: www.rubemalves.com.br