quarta-feira, 31 de outubro de 2007

sábado, 27 de outubro de 2007

Imagem



O Flickr, site de organização de fotos, criou um jeito bacana de marcar a chegada de sua versão nacional: convidou os fotógrafos brasileiros a inscrever as fotos que melhor representam os estados brasileiros. A foto acima selecionado para representar São Paulo.

Aautora da foto, Weber Amendola, falou sobre a foto:
"Eu gosto de ficar andando de bike pela cidade e tirando fotos. Num final de semana de muito calor estava na Paulista procurando o que clicar e quando um carro saiu de um prédio, percebi uma poça de água. Tirei várias fotos dela, mas pra mandar para o concurso acabei escolhendo essa da moça com a garrafa de água. Só mandei essa foto, que achei que era a azarona da sessão de fotos, e fiquei muito feliz por ela ter sido a escolhida."

fonte: http://www.sampaist.com/

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Livros


"Os livros nos dão conselhos que os amigos não se atreveriam a dar-nos." (Samuel Smiles)

"O mundo é um belo livro, mas com pouca utilidade para quem não sabe ler." (Carlo Goldoni)

"Um país se faz com homens e livros." (Monteiro Lobato)

"Meu primeiro livro foi o mapa do Brasil." (Heitor Villa-Lobos)

"Não há livros morais nem imorais. O que há são livros bem escritos ou mal escritos." (Oscar Wilde)

"O livro é uma extensão da memória e da imaginação." (Jorge Luis Borges)

"Livros são os mais silenciosos e constantes amigos; os mais acessíveis e sábios conselheiros; e os mais pacientes professores." (Charles W. Elliot)

"É claro que meus filhos terão computadores, mas antes terão livros."
(Bill Gates)

"De três coisas precisa o homem para ser feliz: benção divina, livros e amigo." (Henri Lacordaire)

"É bom ter livros de citações. Gravadas na memória, elas inspiram-nos bons pensamentos." (Winston Churchill)

"Livros e solidão: eis o meu elemento." (Benjamin Franklin)

"Nunca levei a sério os meus livros, mas levo muito a sério as minhas opiniões." (Gilbert Keith Chesterton)

"Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar."
(Monteiro Lobato)

"Os livros são os túmulos dos que não podem morrer." (George Crabbe)

"A verdadeira universidade de hoje é uma coletânea de livros." (Thomas Carlyle)

"A leitura de um bom livro é um diálogo incessante: o livro fala e a alma responde." (André Maurois)

"O maior defeito dos livros novos é impedir a leitura dos antigos."
(Joseph Joubert)

"Muitas vezes, um livro forma ou arruína um homem por toda a vida."
(Johann Gottfried von Herder)

"Há livros que lemos com a impressão de estar dando uma esmola ao autor." (Friedrich Hebbel)

"Lê em primeiro lugar os bons livros, ou muito provavelmente não terás a oportunidade de os ler." (Henry David Thoreau)

Quais são os seus nomes de Deus?


Vermeer - Mulher lendo uma carta


"De vez em quando perguntam-me se acredito em Deus. Mas é claro. Acredito mais que a maioria das pessoas. Tenho até trinta e três nomes para ele. Esses nomes foi a Margueritte Yourcenar que me contou. Ela foi uma escritora maravilhosa, autora do livro Memórias de Adriano, quem lê nunca mais esquece, quer ler de novo. Pois esses são os trinta e três nomes de Deus que ela me ensinou. É só falar o nome, ver na imaginação o que o nome diz, para que a alma se encha de uma alegria que só pode ser um pedaço de Deus... Mas é preciso ler bem devagarinho...
1. Mar da manhã
2. Barulho da fonte nos rochedos sobre as paredes de pedra
3. Vento do mar de noite, numa ilha
4. Abelha
5. Vôo triangular dos cisnes
6. Cordeirinho recém-nascido
7. Mugido doce da vaca, mugido selvagem do touro
8. Mugido paciente do boi
9. Fogo vermelho no fogão
10. Capim
11. Perfume do capim
12. Passarinho no céu
13. Terra boa
14. Garça que esperou toda a noite, meio gelada, e que vai matar sua fome no nascer do sol
15. Peixinho que agoniza no papo da garça
16. Mão que entra em contato com as coisas
17. A pele, toda a superfície do corpo
18. O olhar e tudo o que ele olha
19. As nove portas da percepção
20. O torso humano
21. O som de uma viola e de uma flauta indígena
22. Um gole de uma bebida fria ou quente
23. Pão
24. As flores que saem da terra na primavera
25. Sono na cama
26. Um cego que canta e uma criança enferma
27. Cavalo correndo livre
28. A cadela e os cãezinhos
29. Sol nascente sobre um lago gelado
30. O relâmpago silencioso
31. O trovão que estronda
32. O silêncio entre dois amigos
33. A voz que vem do leste, entra pela orelha direita e ensina uma canção

Agradeço ao Carlos Brandão por haver me apresentado os trinta e três nomes de Deus da Margueritte. Não é preciso que sejam os seus. Faça a sua própria lista. Eu incluiria:

Ouvir a sonata Apassionata de Beethoven.
Sapos coaxando no charco.
O canto do sabiá.
Banho de cachoeira.
A tela “Mulher lendo uma carta”, de Vermeer.
O sorriso de uma criança. O sorriso de um velho.
Balançar num balanço tocando com o pé as folhas da árvore...
Morder uma jabuticaba...
Todas essas coisas são os pedaços de Deus que conheço... Sim, acredito muito em Deus".

Rubem Alves

Vai lá: www.rubemalves.com.br

Velhice...


"Descobri que eu estava velho há muitos anos, num metrô de São Paulo. Foi assim: o vagão estava lotado e não havia assento vago. Não liguei. Eu era jovem, pernas e braços fortes, podia fazer a viagem de pé, segurando um balaústre. Aí comecei a observar metodicamente o rosto das pessoas, coisa que gosto muito de fazer. Os rostos revelam mundo. Muitas crônicas me apareceram no ato de observar um rosto. Uma vez, tomando o meu café da manhã num hotel em Uberaba, fui comovido pelo rosto de um garçom já meio velho, magro, calvo, daqueles que não cortam o cabelo de um lado, para com seus fios compridos tentar disfarçar (inutilmente) a calva lisa. Aquele rosto me comoveu. E, quase que num segundo, apareceu na minha imaginação a trama de um conto. É sobre um garçom que trabalhava num hotel onde pilotos e aeromoças pernoitavam. Ele se apaixona por uma delas e a sua vida passa a girar em torno dos dias em que sua escala de vôos fazia com que aquela que ele amava secretamente dormisse no hotel. O garçom, servindo o café da manhã, dela se aproximava e respirava fundo para sentir o seu perfume. Até saiu pelas lojas de perfume, à procura daquele... Terminado o café ele recolhia copos e xícaras. Aí, furtivamente, na cozinha, quando ninguém estava olhando, os restinhos que haviam sobrado... Era como se ele a estivesse beijando. Mas, voltando ao metrô. De repente meus olhos encontraram uma moça que também olhava para mim, com um discreto sorriso nos lábios. Foi um momento de suspensão romântica: eu olhando para ela, ela olhando para mim. Aquele poderia ser o início de uma estória de amor por acontecer. Muitas estórias de amor se iniciam em estações. Mas então, naquele momento de suspensão romântica, ela fez um gesto delicado: sorrindo, ela se levantou e me ofereceu o lugar... Entendi então o sentido do seu sorriso: olhando para mim ela se lembrava do seu avô, velhinho tão querido... Compreendi que eu estava velho. Foi um momento de revelação. Desde então o meu pensamento volta sempre para a velhice".

Rubem Alves (Correio Popular, Caderno C, 09/12/2001.)

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Benditas fomes


Girassóis, de van Gogh (1888)*

Benditos os que têm fome de si e mergulham fundo no âmago do ser, arrancam dissabores do paladar medíocre, fartos de migalhas caídas da mesa de Narciso. E os insaciados no apetite de beber do próprio poço e devorar gorduras impregnadas nas reentrâncias da alma.

Benditas as mulheres famintas de amor, feitas de fios de renda, a tecerem a vida na magia de pequenos gestos cotidianos: a cozinha limpa, o feijão catado, a cama arrumada e o vaso da janela regado de ternura. Elas conduzem a lua como um farol que, mês a mês, atrai seus corpos para rubros mares prenhes de vida.

Bendita a fome itinerante de homens ávidos de saber, curiosos quanto aos mistérios desse breve existir, e cujas mãos transmutam árvore em mesa, trigo em pão e leite em manteiga. Generosos, não precisam exibir espadas para provarem que são guerreiros. Espalhada à sua volta, a sombra do aconchego aninha a família em segurança.

Benditos os que reverenciam o sol, a flor, a água e a terra, e trazem um coração ao ritmo das estações, confeiteiros de primaveras espirituais. Esses sabem encher suas taças de chuva e assar o pão no calor de amizades.

Benditos todos que se irmanam ao canto telúrico de Francisco e dançam ao ritmo alucinado dos girassóis de Van Gogh, impregnados da sabedoria búdica que não se algema à nostalgia do passado, nem se precipita na ansiedade do futuro. Eles saboreiam o presente como inestimável presente.

Benditas a manhã reinaugurando a vida após o sono; a idade esculpindo rugas carregadas de histórias; e a todos que, saciados de anos, não temem o convite irrecusável das bodas de sangue que, afinal, haverão de saciar a nossa fome de beleza.

Benditos os bem-aventurados na ânsia de verem repartido o pão da vida, sem encherem a bolsa de sementes de podridão. Esses sentam-se à mesa com espírito solidário e têm direito à embriaguez do vinho que, transubstanciado, encharca o coração de alvíssaras.

Benditas as mãos que traduzem sentimentos e semeiam carícias, aplacando a fome de afeto. E os olhos repletos de luzes e as palavras floridas de beijos. E esse voraz apetite de silêncio, leve como o vôo de um pássaro.

Benditos a gula de Deus, os vulcões ativados nas entranhas, o arco-íris da pluralidade de idéias, a confraria das boas ações, os livros que nos lêem, os poemas ecoados no centro da alma, a rua deserta ao alvorecer, o bonde invisível, a vida sem medos.

Benditas a ira contra os pincéis que rasgam telas; a luxúria dos balés musicados por virtudes; a preguiça dos sinos de igrejas; a avareza de quem se guarda dos vícios; e a lenta maneira de fazer crescer plantas, cumplicidades e gente.

Benditas as fomes de transcendência, de prefigurações do eterno, de jovialidade do espírito, do bolo fatiado pelo cuidado materno, de vertigens místicas, de astros acelerados pela rotação de tantos sonhos redivivos.

Benditos os machados cientes de que seus cabos são feitos de árvore e as gaiolas abertas à liberdade; as agulhas que tecem o avesso da dessolidariedade e as facas de pontas arredondadas; a música de emoções indeléveis e os espelhos que refletem as mais saborosas oferendas da existência.

Benditas as fomes insaciáveis: de saber e de sabor; de despudor no amor; de Deus sob todos os nomes inomináveis. Fome de ócio sem culpa, de alegria interminável, de saúde e de prazer. Fome de paz. Saciada plenamente por justiça - a mais bendita das fomes, capaz de erradicar a fome maldita.

De Frei Betto


* Doze girassóis numa jarra é considerada uma das melhores e mais famosas obras do pintor holandês Vincent Van Gogh.

Após a sua chegada ao sul de França, estabelecendo-se em Arles, Van Gogh "descobre" o sentido da cor e da luz, e é neste período que a obra sua sofre a chamada "explosão da cor". Doze Girassóis numa Jarra pode ser considerado o culminar de todo este efeito em sua obra.

Acabado em Agosto de 1888, o quadro está hoje exposto na Neue Pinakothek, em Munique.

Atualmente, esta é uma das telas mais famosas do mundo, e são raras as pessoas que não a conhecem.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Vincent_van_Gogh

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Bolinho de Chuva


Hoje comi bolinho de chuva da Thaís... hummmm... que delícia!
Adoro bolinho de chuva porque são uma delícia e porque lembram minha vó Guinha que fazia para os netos quando eu era criança.

Receita



Ingredientes:

2 ovos
¾ xícara (chá) de açúcar
2 colheres (sopa) de manteiga
½ colher (chá) de sal
1 colher (sopa) de fermento
1 xícara (chá) de leite
2 xícaras (chá) de farinha de trigo óleo, o quanto baste para fritar
açúcar e canela, o quanto baste para polvilhar

Modo de preparo:

1. Coloque os ovos, a manteiga, o açúcar e o sal numa tigela e misture muito bem.
2. Acrescente à mistura, o leite e a farinha alternadamente, mexendo sempre.
3. Junte o fermento e mexa bem.
4. Numa panela média, coloque bastante óleo e leve ao fogo alto para esquentar.
5. Quando o óleo estiver quente, abaixe o fogo.
6. Com duas colheres de sobremesa, modele os bolinhos: encha uma das colheres com a massa, passe de uma colher para a outra até que a massa fique com formato arredondado.
7. Jogue os bolinhos, em pequenas porções, no óleo quente e deixe fritar até que fiquem dourados.
8. Retire os bolinhos com uma escumadeira e coloque sobre papel absorvente.
9. Num prato fundo, coloque o açúcar, a canela e misture bem. Envolva cada bolinho pelo açúcar.

(receita do site www.panelinha.com.br)

domingo, 21 de outubro de 2007

Receita de Domingo


"Ter na véspera o cuidado de escancarar a janela. Despertar com a primeira luz cantando e ver dentro da moldura da janela a mocidade do universo, límpido incêndio a debruar de vermelho quase frio as nuvens espessas. A brisa alta, que se levanta, agitar docemente as grinaldas das janelas fronteiras. Uma gaivota madrugadora cruzar o retângulo. Um galo desenhar na hora a parábola de seu canto. Então, dormir de novo, devagar, como se dessa vez fosse para retornar à terra só ao som da trombeta do arcanjo".

Paulo Mendes Campos do livro "O Cego de Ipanema"

Caetano e vaias


















Outro dia estava ouvindo um CD do Caetano (coletânea Os Grandes da MPB de 1996) que não ouvia faz tempo e me surpreendi com a gravação da apresentação no 3º Festival Internacional da Canção, em 1968, em que ele estava interpretando É Proibido Proibir e levou aquela vaia clássica. Revoltado, Caetano empunhou o microfone e fez um discurso, em que acusava os presentes de "não estarem entendo nada".

O discurso:

"Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder! Vocês têm coragem de aplaudir este ano uma música que vocês não teriam coragem de aplaudir no ano passado! São a mesma juventude que vão sempre, sempre, matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem... Vocês não estão entendendo nada, nada, nada. Absolutamente nada!... O problema é o seguinte: estão querendo policiar a música brasileira. Mas eu e o Gil já abrimos caminho... Não fingimos aqui que desconhecemos o que seja festival, não. Ninguém nunca me ouviu falar assim, entendeu? Só queria dizer isso, baby, sabe como é? Nós, eu e ele, tivemos coragem de enfrentar em todas as estruturas e sair de todas. E vocês? E vocês? Se vocês em política forem como em estética, estamos feitos!" (Caetano Veloso/Setembro de 1968)

Mas legal mesmo é ouvir o discurso e ele sendo vaiado ao mesmo tempo!

A música:

É PROIBIDO PROIBIR
(Caetano Veloso)
Intérprete: Caetano Veloso

A mãe da virgem diz que não
E o anúncio da televisão
E estava escrito no portão
E o maestro ergueu o dedo
E além da porta
Há o porteiro, sim...

E eu digo não
E eu digo não ao não
Eu digo: É!
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir...

Me dê um beijo, meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estantes, as estátuas
As vidraças, louças
Livros, sim...

E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo: É!
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir....

Me dê um beijo, meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estantes, as estátuas
As vidraças, louças
Livros, sim...

E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo: É!
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir....

Frases do Caetano

"A crítica musical no Brasil não é feita por especialistas, mas por pessoas que representam a mediocridade geral."

"Meu negócio agora é sexo e amizade. Acho esse negócio de amor uma coisa muito chata."

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é."

"Não sou modesto, sou leonino, mas sempre que pude melhorei."

"Não sou branco. Nem sou homem."
Obs.: Comentando crítica que o retratou como marcado pela culpa por ser branco e homem.

"Vivemos com medo e isso nos leva a apoiar os líderes mais inaceitáveis."

"Tenho canções legais. Não são grandes canções, mas se vinculam com a história brasileira. Tiveram graça no momento e no modo em que apareceram. Talvez algumas sejam até bonitas em si."

"Osama Bin Laden é um homem bonito e se parece com algumas pessoas da minha família."

"De perto ninguém é normal."

A Lista




Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora
Hoje é do jeito que achou que seria?
Quantos amigos você jogou fora
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você
Quantas mentiras você condenava
Quantas você teve que cometer
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você

Oswaldo Montenegro

Coisas que eu sei


Eu quero ficar perto de tudo o que eu acho certo
Até o dia em que eu mudar de opinião
A minha experiência, meu pacto com a ciência
Meu conhecimento é minha distração

Coisas que eu sei
Eu adivinho sem ninguém ter me contado
Coisas que eu sei
O meu rádio-relógio mostra o tempo errado... aperte o ‘Play’

Eu gosto do meu quarto, do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer na minha confusão
É o meu ponto de vista, não aceito turistas
Meu mundo tá fechado pra visitação

Coisas que eu sei
O medo mora perto das idéias loucas
Coisas que eu sei
Se eu for eu vou assim não vou trocar de roupa... é a minha lei

Eu corto os meus dobrados
Acerto os meus pecados
Ninguém pergunta mais... depois que eu já paguei
Eu vejo o filme em pausas
Eu imagino casas
Depois eu nem me lembro do que desenhei

Coisas que eu sei
Não guardo mais agendas no meu celular
Coisas que eu sei
Eu compro aparelhos que eu não sei usar... eu já comprei

As vezes dá preguiça
Na areia movediça
Quando mais eu mexo mais afundo em mim
Eu moro num cenário
Do lado imaginário
Eu entro e saio sempre quando to a fim

Coisas que eu sei
As noites ficam claras no raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes eu somente não sabia... Agora eu sei

Danni Carlos

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Para as Mujeres Grandes...


"Por todas as inteligentes e corajosas, Ias sympaticas, as Gran meres e Mamãezonas e Tantes especiales... por todas as robustas Bon Mamas e humildes Mujeres Grandes que se casaram com o próprio Amor e deram à luz cinco filhos insubmissos chamados Paz, Esperança, Sagacidade, Interferência e Impetuosidade... por aquelas reverenciadas que derramaram dentro de nós vinte, trinta, quarenta, cinqüenta, sessenta, setenta e oitenta anos de vida, que derramaram um rio de conselhos, advertências, que enfiaram no nosso bolso mapas de tesouro dobrados para levarmos ao entrar na selva... pelas que nos desafiaram, nos instigaram, cutucaram e empurraram... as ações exatas para nos fazer crescer na direção dos caminhos exatos para que pudéssemos cultivar mais nossa alma... por seus afagos carinhosos, seus olhares ternos, seus estranhos jeitos de nos incentivar a inovar e ter tanta coragem quanto elas... por seus murmúrios no nosso ouvido: Não tenha medo, estou com você, não desanime, siga em frente, brilhe agora, abaixe-se agora, e não, assim não vai funcionar, e sim, desse jeito, sim, desse jeito... por suas piadas secretas e seu gosto malicioso; por comportamentos revoltantes e qualidades enternecedoras, por estipularem limites, manterem limites, transgredirem limites; e por apagarem limites rígidos demais e ajustarem limites muito frouxos. Por essas grandes velhas, Les dames, algumas veneravelmente maduras na idade, algumas velhas no tempo da alma, mas decerto sábias, que atuam como o Norte Verdadeiro para outras - pelo simples fato de existirem...

Por elas...
que sempre sejam mantidas em segurança, alimentadas por muitas fontes, que sempre recebam demonstrações de amor e gratidão, que mantenham sua alma vicejante a céu aberto para que todos vejam".

Clarissa Pinkola Estés em A Ciranda das Mulheres Sábias

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Poesia


SEGUNDO CONSTA
O mundo acabando,
podem ficar tranquilos.
Acaba voltando
tudo aquilo.

Reconstruam tudo
segundo a planta dos meus versos.
Vento, eu disse como.
Nuvem, eu disse quando.
Sol, casa, rua,
reinos, ruínas, anos,
disse como éramos.

Amor, eu disse como.
E como era mesmo?

Paulo Leminski

Mulheres que Correm com os Lobos


Obra de Frida Kahlo chamada "the love embrace of the universe" de 1949

...

"Os lobos saudáveis e as mulheres saudáveis têm certas características psíquicas em comum: percepção aguçada, espírito brincalhão e uma elevada capacidade para a devoção. Os lobos e as mulheres são gregários por natureza, curiosos, dotados de grande resistência e força. São profundamente intuitivos e têm grande preocupação para com seus filhotes, seu parceiro e sua matilha. Têm experiência em se adaptar a circunstâncias em constante mutação. Têm uma determinação e feroz e extrema coragem".

[gregário: que vive em bando]
[matilha: grupo de cães de caça]

"Para nós é às vezes difícil perceber quando estamos perdendo os nossos instintos, pois com muita frequência trata-se de um processo insidioso que não se completa num único dia, mas que se estende por um longo período. Da mesma forma, a perda ou amortecimento do instinto é muitas vezes apoiada pelo ambiente cultural, e ocasionalmente até por outras mulheres que suportam a perda do instinto como um meio de corroborar o fato de pertencerem a uma cultura que não mantém um habitat propício à mulher natural".

[insidioso: traiçoeiro, pérfido]
...

Essas são duas frases de um dos meus livros preferidos: Mulheres que Correm com os Lobos, de Clarissa Pinkola Estés, um livro que toda mulher deveria ler.

Chove, Chuva


Hoje de madrugada choveu e muito. Foi ótimo, porque o calor aqui está cada dia maior. É incrível, moro aqui há nove anos e ainda não me acostumei, parece que a cada ano fica pior. Esse ano ainda teve o agravante das queimadas. A cidade estava cinza, dentro de uma névoa de fumaça que impedia de ver o horizonte, estava pior do que São Paulo em dia de inversão térmica.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

L u d i c i c e s



As ilustrações da Jana Magalhães são lindas, lindas, lindas!
http://www.ludicices.com

I love Pigs!

Metrópole



"Uma definição bastante comum entre a população e os meios de comunicação é que mostra a metrópole como uma importante cidade de uma região (ou a principal cidade de uma província, estado ou região) ou, simplesmente, uma grande cidade".

É o lugar onde se respira cultura, se vive cultura, onde a diversidade é respeitada e ressaltada, onde podemos fazer parte do mundo, desejar e conseguir. Aquele lugar em que nos sentimos do mundo!

Copan




O Copan é um dos mais importantes e míticos edifícios de São Paulo. Projetado por Oscar Niemeyer, fica num dos pontos mais movimentados do centro da cidade de São Paulo. É a maior estrutura em concreto armado de São Paulo. E bastante conhecido pela sua geometria sinuosa, que lembra uma onda, e pelos números superlativos de suas estatísticas.

C u r i o s i d a d e s

Número de andares: 32
Altura: 140 metros
Atualmente: residencial, comercial e serviços
Moradores: entre 2000 e 2500 (aproximadamente 900 são proprietários)
Funcionários: 108
Apartamentos: 1 160
Vagas de garagem: 221
Elevadores: vinte

Ex-moradores famosos
Cauby Peixoto
Di Cavalcanti
Plínio Marcos
Paulo Mendes da Rocha

Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Edif%C3%ADcio_Copan

Alguma coisa acontece no meu coração...




No meu, do Caetano e de muita gente...

Sampa

Do meu cantor favorito para minha cidade favorita.
Quanta saudade da minha cidade.

.........................................................

Alguma coisa acontece no meu coração
que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João
é que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
da dura poesia concreta de tuas esquinas
da deselegância discreta de tuas meninas

Ainda não havia para mim Rita Lee, a tua mais completa
tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João

Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu
rosto
chamei de mau gosto o que vi
de mau gosto, mau gosto
é que Narciso acha feio o que não é espelho
e a mente apavora o que ainda não é mesmo velho
nada do que não era antes quando não somos mutantes

E foste um difícil começo
afasto o que não conheço
e quem vende outro sonho feliz de cidade
aprende de pressa a chamar-te de realidade
porque és o avesso do avesso do avesso do avesso

Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
da força da grana que ergue e destrói coisas belas
da feia fumaça que sobe apagando as estrelas
eu vejo surgir teus poetas de campos e espaços
tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva

Panaméricas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
mais possível novo quilombo de Zumbi
e os novos baianos passeiam na tua garoa
e novos baianos te podem curtir numa boa.

Caetano Veloso
Composição: Caetano Veloso

Depois de algum tempo...


Este texto de William Shakespeare é bem popular, todo mundo já leu, pelo menos uma parte, em algum momento da vida. Pois neste momento ele tem uma importância muito grande na minha vida, porque representa muito do que sinto hoje, mas sobretudo por ser o texto preferido de uma pessoa fundamental na minha vida.

Portanto, vou postá-lo na íntegra:

"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dara mão e acorrentar a alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e os olhos adiante, com graça de um adulto e não a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair meio em vão."

"Depois de algum tempo, você aprende que o sol queima, se ficar a ele exposto por muito tempo. E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que, não importam quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo (a) de vez em quando, e você precisa perdoa-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que leva-se anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá para o resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer, mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos, se compreendermos que os amigos mudam. Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com que você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso, devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos."

"Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm muita influência sobre nós, mas que nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que você pode ser. Descobre que leva muito tempo para se chegar aonde está indo, mas que, se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados."

"Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.Descobre que algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute, quando você cai, é uma das poucas pessoas que o ajudam a levantar-se. Aprende que a maturidade tem mais a ver com tipos de experiências que se teve e o que se aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais de seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes, e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva, tem direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama mais do jeito que você quer não significa que esse alguém não o ame com todas as forças, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, e que algumas vezes, você tem que aprender a perdoar a si mesmo."

"E que, com a mesma severidade com que julga, será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára, para que você junte seus cacos. Aprende que o tempo não é algo que se possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E vocêaprende realmente que pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir mais longe, depois de pensar que não pode mais. E que realmente a vida tem valor diante da vida !!!"

Shakespeare