sábado, 1 de dezembro de 2007

Caminhando contra o vento...



Alegria, Alegria é uma canção da autoria de Caetano Veloso que foi um dos marcos iniciais do movimento tropicalista em 1967.

Caetano Veloso, em parte inspirado pelo sucesso de A Banda, de Chico Buarque, que havia concorrido no Festival de música da Record do ano anterior, quis compor uma marcha assim como a canção de Chico. Ao mesmo tempo, queria que fosse uma música contemporânea, pop, lidando com elementos da cultura de massa da época.

A letra possui uma estrutura cinematográfica, conforme definiu Décio Pignatari, trata-se de uma "letra-câmera-na-mão", citando o mote do Cinema Novo. Caetano ainda incluíu uma pequena citação do livro As Palavras, de Jean-Paul Sartre: "nada nos bolsos e nada nas mãos", que acabou virando "nada no bolso ou nas mãos".

Como a idéia do arranjo incluía guitarras elétricas, Caetano e seu empresário na época, Guilherme Araújo convidaram o grupo argentino radicado em São Paulo Beat Boys. O arranjo foi fortemente influenciado pelo trabalho dos Beatles.

Apresentada pela primeira vez no Festival da Record daquele ano, a canção chocou os chamados "tradicionalistas" da música popular brasileira devido a simples presença de guitarras. No ambiente político-cultural da época, setores de esquerda classificavam a influência do Rock como alienação cultural, o que também foi sentido por Gilberto Gil quando apresentou Domingo no Parque no mesmo festival.

Apesar da rejeição inicial, a música acabou conquistando a maior parte da platéia. Acabou se tornando uma das favoritas, com as manifestações favoráveis superando as facções mais xenófobas. A música acabou chegando em quarto lugar na premiação final.

Com o improvável sucesso de Alegria, Alegria, Caetano se tornou de imediato um popstar, febre que só passou após alguns meses, embora a música tenha lançado Caetano para a fama, e sua carreira posterior só confirmado sua popularidade.

Além de servir como espécie de marco zero do Tropicalismo junto com Domingo no Parque, Alegria, Alegria se tornou uma espécie de hino adotado não apenas pela geração do final dos anos 60, mas também pelas gerações seguintes.

Em 1992, a música foi tema de abertura da minissérie Anos Rebeldes, da Rede Globo, que retratava a época do auge da Ditadura Militar no Brasil. Ao mesmo tempo, estouravam os escândalos de corrupção que levaram ao impeachment de Fernando Collor. Tanto a minissérie quanto Alegria, Alegria acabaram, de certa forma, influenciando os protestos dos Caras Pintadas que marcaram o momento histórico.

Fonte: Wikipédia

2 comentários:

Thaís disse...

amo vc estou com saudades!!!!

Anônimo disse...

eu também, linda, eu também...