sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

te amo


Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio ou flecha de cravos que propagam o fogo: te amo como se amam certas coisas obscuras, secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta
que não floresce e leva dentro de si, oculta, a luz daquelas flores, e graças a teu amor vive escuro em meu corpo o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como,
nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
senão assim deste modo em que não sou nem és,
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha,
tão perto que se fecham seus olhos com meu sonho.

(Pablo Neruda)

As Chuvas dos Olhos

Meu pai colocou essa poesia no comentário do post "A gota" e achei tão lindo...de novo para você pai.

“Chove.

Na fonte das águas, chove.

Na fronte das lágrimas do pretérito calado.

Lavando a chuva dos olhos cansados.

Chovendo nos mares, nos mares amados.”